segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Três poemas de Emily Dickinson



Fazer a Toalete – após a Morte
Frio deixar na Toalete
O único Sabor que ela nos dava –
É difícil, embora –

Seja mais fácil – que fazer as Tranças –
E um ar feliz dar ao Corpete –
Se o olho que a mimou foi arrancado –
Por Decálogos – fora –

***

A brasa arde e enrubesce –
Ó alma sob as Cinzas
Todo esse tempo e não morreste?
A brasa arde e sorri –

Branda Luz se faz nova
Brilham horas extintas
Próprio do Fogo é a persistência
E Prometeu não viu –

 ***

Por Deus, partiu como um soldado,
O fuzil junto ao peito –
Meu Deus, seja ele o mais valente
Dentre os guerreiros.

Ó Deus, pudesse eu vê-lo ainda
Com dragonas na farda –
Nem temeria o inimigo
Nem as batalhas.

Emily Dickinson nasceu a 10 de dezembro de 1830, em Amherst. De vida reclusa, trabalhou continuamente na construção de uma poesia que só se descobriu em sua grande dimensão depois da sua morte; em vida, poucos textos foram publicados sem alcançar reconhecimento.  Sua obra tem sido organizada em cartas, textos esparsos e poemas; neste gênero somam-se mais de mil textos. A poeta estadunidense morreu no dia 15 de maio de 1886.



*Traduções de José Lira